Quem me conhece sabe a minha ligação ao Sudeste Asiático. Sem nunca ter sonhado visitar esta parte do mundo, o que é certo é que em 2019 decidi mudar o rumo da minha vida e fazer uma viagem por 7 países durante pouco mais de 5 meses.
O Cambodja foi um deles, onde estive entre cidade frenéticas, ilhas paradísiacas e vilas mais rurais.
Por esse motivo, decidi hoje partilhar convosco um exemplo de como a reutilização de materiais pode contribuir para a criação de qualquer coisa, até de uma escola.



A minha procupação com a utilização excessiva do plástico começou a surgir precisamente durante a minha viagem. O lixo nas ruas era visível, a forma como este material era utilizado e descartado passados poucos segundos impressionava-me. Nestes países, a educação ambiental não se assemelha à que existe em Portugal ou no resto da Europa. Por esse motivo, é também impressionante este exemplo que hoje partilho convosco.
Foi no Cambodja que foi construída a primeira escola feita de lixo. Sim, é verdade. O seu fundador teve em consideração duas realidades: por um lado o facto de existir muito lixo no seu país e, por outro, a utilização das crianças pelos seus pais para a venda de souvenirs aos turistas (algo com o qual contactei várias vezes).
A montanha onde foi construída esta escola não tinha eletricidade ou água, o que tornou a tarefa ainda mais difícil. No entanto, é nas adversidades que surgem as oportunidades. Por esse motivo, Oak, o fundador, não desistiu.
Utilizou garrafas de plástico para construir paredes, pneus de carros para as cadeiras e garrafões de gasolina vazios para criar cacifos. Este trabalho durou quatro anos, e originou a Cocunut School.
Para frequentar esta escola, as crianças não têm de pagar nenhum valor monetário. A sua contribuição está no lixo que entregam para liquidar a sua mensalidade. Este material é utilizado mais tarde para a manutenção da escola e, igualmente, para criar outras divisões.

Convido-vos por isso a ver o vídeo onde este projeto foi apresentado.