ESTIMA-SE QUE, TODOS OS ANOS, OS OCEANOS SEJAM POLUÍDOS COM CERCA DE 4,8 MILHOES A 12,7 MILHÕES DE TONELADAS DE PLÁSTICOS.

5 mulheres ativistas que precisas de conhecer

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Sabemos que o impacto das alterações climáticas é desigual. Mulheres e raparigas são mais afetadas que homens e rapazes, agravando a desigualdade de género. As mulheres são vistas como vítimas, mas não nos podemos esquecer que podem também ser grandes agentes de mudança positiva. Assim, e para celebrar o Dia Internacional da Mulher, escrevemos sobre mulheres ativistas ambientais que apesar de todos os obstáculos, incluindo ameaças de morte, continuam a lutar por um mundo mais justo!

Jani Silva

Jani Silva é uma ativista Colombiana. Nasceu e cresceu na Amazónia e, aos 16 anos, começou a lutar pelo ambiente, com camponeses de Putumayo no sul da Colômbia. Esta zona é afetada pela exploração petrolífera, madeireira e mineira, e plantação de cocaína levando à desflorestação. Desde 2006, já houve dois derrames de petróleo em nascentes do rio, essencias para a população local. 

Em 2008, fundou a Associação para o Desenvolvimento Integral e Sustentável da Pérola Amazónica (ADISPA), a fim de defender o ambiente e os direitos dos residentes de uma reserva campesina em Putumayo. 

Por denunciar estas situações, Jani já foi alvo de várias ameaças de morte, desde multinacionais a grupos ilegais. Viu-se forçada a deixar o campo e mudar-se para Puerto Asís para sua segurança, o que não lhe agrada, pois sente que está numa prisão. 

Maria do Socorro Silva

Conhecida como Socorro do Burajuba, é uma ativista quilombola. Vive na comunidade Burajuba, no Pará, um dos estados mais perigosos para ativistas ambientais no Brasil.

  • Quilombola refere-se a residentes de comunidades formadas por descendentes de africanos escravizados no Brasil.  

É presidente da Associação de caboclos, indígenas e quilombolas da Amazônia. A sua luta não é só pela defesa ambiental, mas também pelo racismo estrutural praticado contra comunidades quilombolas e ribeirinhas, que está interligado.  

Já denunciou crimes de grandes empresas, de políticos e de investidores, como a contaminação de rios. Esta gerou doenças e mortes nas comunidades locais que deles dependiam. Já recebeu ameaças de morte, sobreviveu a tentativas de homicídio e violência. 

Só na família de Maria do Socorro, 8 pessoas têm cancro, incluíndo a própria, resultante de metais pesados na água. Ainda assim, Maria do Socorro não baixa os braços e continua a sua luta com o mesmo empenho de sempre. 

Sônia Guajajara

Sônia Guajajara, é uma das vozes mais ativas na proteção dos povos indígenas e ambiente no Brasil. Pertence aos Guajajara, residentes no Maranhão e um dos maiores povos indígenas brasileiros.

Em entrevista ao 29 horas, define que ser indígena é “essa certeza de acordar todo dia e ir para a luta“. Em 2018, foi candidata à vice-presidência do Brasil, tendo sido a primeira  mulher indígena a candidatar-se a este cargo. 

No entanto, a sua luta não se fica só pelo Brasil, e leva a defesa dos direitos indígenas por todo o mundo: desde a ONU ao Parlamento Europeu. Em 2019, no seu discurso na ONU em Nova Iorque, denunciou o risco da redução da área demarcada para as comunidades indígenas. 

Podem acompanhar o seu trabalho no instagram, em @guajajarasonia

Nemonte Nenquimo

Nemonte Nenquimo, é uma ativista indígena que pertence aos  Waorani, na Amazónia Equatoriana. Atualmente, os Waorani, vivem em 1/10 dos seus territórios ancestrais. 

É presidente da comunidade Waorani em Pastaza. Foi a primeira mulher no cargo, sendo igualmente co-fundadora da Alianza Ceiba. Esta associação tem por fim a defesa do território indígena, cultura e suas vidas. 

Em 2018, o governo Equatoriano queria vender uns terrenos onde a sua comunidade vivia para exploração de petróleo. Esta abriu uma ação judicial contra o governo Equatoriano,  tendo Nemonte um papel de liderança no processo. A comunidade Waorani acabou por ganhar. Foi a primeira vez que algo deste género aconteceu no Equador, assegurando a proteção dos seus terrenos. 

Em 2020, foi selecionada pela Times, com uma das 100 pessoas mais influentes.

Nonhle Mbuthuma

Nonhle Mbuthuma, vive na comunidade Amadiba, em Xolobeni, na África do Sul. A zona onde reside, é rica em recursos naturais, incluindo um solo muito fértil,  sendo que a comunidade depende dele para alimentação e sustento. 

O solo é rico em óxido de ferro e titânio, o que atrai a atenção de empresas para projetos de mineração, com efeitos negativos para os habitantes.  Em 2020, numa ação judicial que a ativista Sul-africana participou, o tribunal supremo de North-Gauteng decidiu que as comunidades tinham de ter acesso às candidaturas de empresas para exploração mineira e o seu impacto. Esta decisão foi assim pioneira na África do Sul.

O ativismo de Nonhle, já dura há mais de uma década, não só luta contra a exploração mineira, mas também contra  a construção de uma autoestrada atravessando várias aldeias locais. 

Foi uma das fundadores do Comité de Crise de Amadiba, que defendeu os seus direitos e terrenos. Vários dos seus colegas foram assassinados. Nonhle já sobreviveu a uma tentativa de assassinato em 2008. “Eu sei que há um lista de alvos a abater, e nessa lista, eu sou o número um”, conta a ativista à Amnistia Internacional.

Estas 5 mulheres são um exemplo de perseverança e liderança,  porém existem muitas outras ativistas anónimas por este mundo fora. A todas as que lutam todos os dias em defesa do ambiente e direitos humanos o nosso obrigada. A luta continua e não podemos baixar braços. Desejamos um Feliz dia Internacional da Mulher a todas as nossas leitoras!

Sabiam que, até 2030, mais de 100 milhões de pessoas podem ser empurradas para a pobreza extrema? Sabe mais aqui

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